sábado, 9 de janeiro de 2010

Modernidade ...

Estou percebendo que essa romântica que vos fala vive no mundo das fantasias criadas pelas canções de amor muito conhecidas, assim como por todas as patéticas e adoradas comédias românticas que nos atraem sempre.
Toda vez que me envolvo com alguém, me entrego de corpo, alma, coração pra pessoa, e acho que até ultrapasso um pouco o limite da razão. Acho que começo a ter relações muito intensas com ligações, recados, e mails, conversas por horas logo no começo quando ainda estamos nos conhecendo e no ritmo da paquera.
Até parece que não tenho vida não é mesmo?
(Momento de exautação própria)
E eu tenho vida! O negócio é que eu sou tão eficaz, eficiente, pró-ativa e dinâmica que consigo conciliar as 500 mil coisas que faço no meu dia, e ainda arrumo tempo pra surtar e ligar milhões de vezes, mandar recadinhos, coisa e tal pros meus romances.
O ponto é ...
Acho que a sociedade moderna, a modernidade, não só no que diz respeito a relacionamentos amorosos, mas também a eles, está a cada dia mais colocando um ritmo e uma necessidade de que as coisas aconteçam cada vez mais rápido. Queremos prazer agora, não importa o que, queremos um relacionamento intenso, uma compra imediata, realizar todos os nossos desejos imediatamente. E a tecnologia vem nos proporcionando, cada dia mais, ferramentas que diminuem distâncias, que possibilitam entregas relêmpagos, e por que não uma mídia que nos informa rapidamente dos últimos acontecimentos da vida de cada pessoa próxima.
Não é mesmo?
Olhem só ... o orkut que fuçamos e verificamos muitas vezes por dia, analisamos não só o que diz respeito a nossa rede social, mas também a rede social de quem está ligado a nós (situação essa que piora qdo estamos gostando de alguém) funciona continuamente para nos atualizarmos de quem namora quem, quem falou com quem, e assim por diante. E, um exemplo muito mais bizarro ... o que seria o twitter? ... pessoas que passam o seu dia contando o que estão fazendo a cada 15 minutos, senão menos, para milhares de desconhecidos além de muitos conhecidos.
A vida não segue o ritmo que o cinema nos mostra contando uma história em 1 hora e meia. Ainda bem!!! Quero que minha felicidade dure muito mais. E reconhecer isso, foi o primeiro passo pra tirar o pé do acelerador e ficar bem com isso.
Sim, ele não me ligou, sim eu tenho vida própria, sim eu faço outras coisas e vou começar a fazer com calma. Sim, um relacionamento tem que ser construído aos poucos não importa que tipo de relacionamento, cada dia conhecendo um aspecto que não sabiamos de alguém, compartilhando histórias e momentos que aconteceram no tempo que tinham que acontecer e foram amadurecidos da forma como deveriam.
Não estou dizendo que não devemos sentir falta, não devemos dar atenção, não devemos ligar, querer ficar perto daqueles que gostamos, mas devemos procurar o meio termo (eu sou a que sempre diz que odeia as coisas mornas, mas nesse caso acho que é o essencial), procurar nos realizar em outras coisas, e esperar o que tiver que acontecer.
Eu sinto sim falta, mas pelo menos a repercursão dessa falta é menos catastrófica na minha vida do que seria se eu ainda estivesse paranóica querendo que a minha história de amor acontecesse em 1 hora e meia.

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