Estou percebendo que essa romântica que vos fala vive no mundo das fantasias criadas pelas canções de amor muito conhecidas, assim como por todas as patéticas e adoradas comédias românticas que nos atraem sempre.
Toda vez que me envolvo com alguém, me entrego de corpo, alma, coração pra pessoa, e acho que até ultrapasso um pouco o limite da razão. Acho que começo a ter relações muito intensas com ligações, recados, e mails, conversas por horas logo no começo quando ainda estamos nos conhecendo e no ritmo da paquera.
Até parece que não tenho vida não é mesmo?
(Momento de exautação própria)
E eu tenho vida! O negócio é que eu sou tão eficaz, eficiente, pró-ativa e dinâmica que consigo conciliar as 500 mil coisas que faço no meu dia, e ainda arrumo tempo pra surtar e ligar milhões de vezes, mandar recadinhos, coisa e tal pros meus romances.
O ponto é ...
Acho que a sociedade moderna, a modernidade, não só no que diz respeito a relacionamentos amorosos, mas também a eles, está a cada dia mais colocando um ritmo e uma necessidade de que as coisas aconteçam cada vez mais rápido. Queremos prazer agora, não importa o que, queremos um relacionamento intenso, uma compra imediata, realizar todos os nossos desejos imediatamente. E a tecnologia vem nos proporcionando, cada dia mais, ferramentas que diminuem distâncias, que possibilitam entregas relêmpagos, e por que não uma mídia que nos informa rapidamente dos últimos acontecimentos da vida de cada pessoa próxima.
Não é mesmo?
Olhem só ... o orkut que fuçamos e verificamos muitas vezes por dia, analisamos não só o que diz respeito a nossa rede social, mas também a rede social de quem está ligado a nós (situação essa que piora qdo estamos gostando de alguém) funciona continuamente para nos atualizarmos de quem namora quem, quem falou com quem, e assim por diante. E, um exemplo muito mais bizarro ... o que seria o twitter? ... pessoas que passam o seu dia contando o que estão fazendo a cada 15 minutos, senão menos, para milhares de desconhecidos além de muitos conhecidos.
A vida não segue o ritmo que o cinema nos mostra contando uma história em 1 hora e meia. Ainda bem!!! Quero que minha felicidade dure muito mais. E reconhecer isso, foi o primeiro passo pra tirar o pé do acelerador e ficar bem com isso.
Sim, ele não me ligou, sim eu tenho vida própria, sim eu faço outras coisas e vou começar a fazer com calma. Sim, um relacionamento tem que ser construído aos poucos não importa que tipo de relacionamento, cada dia conhecendo um aspecto que não sabiamos de alguém, compartilhando histórias e momentos que aconteceram no tempo que tinham que acontecer e foram amadurecidos da forma como deveriam.
Não estou dizendo que não devemos sentir falta, não devemos dar atenção, não devemos ligar, querer ficar perto daqueles que gostamos, mas devemos procurar o meio termo (eu sou a que sempre diz que odeia as coisas mornas, mas nesse caso acho que é o essencial), procurar nos realizar em outras coisas, e esperar o que tiver que acontecer.
Eu sinto sim falta, mas pelo menos a repercursão dessa falta é menos catastrófica na minha vida do que seria se eu ainda estivesse paranóica querendo que a minha história de amor acontecesse em 1 hora e meia.
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